África do Sul não retaliará tarifas impostas pelos Estados Unidos
- 30/07/2025
Pretória tenta concluir um acordo comercial antes da entrada em vigor, na sexta-feira, 01 de agosto, das tarifas de 30% impostas por Washington sobre as suas exportações.
No entanto, os dois países encontram-se num "impasse" causado pela "convergência de questões geopolíticas, internas e comerciais", declarou o ministro Parks Tau num comunicado.
"A África do Sul tomou a decisão de não retaliar as tarifas recíprocas anunciadas pelos Estados Unidos", declarou, acrescentando que o Governo ainda aguardava "respostas substanciais dos homólogos norte-americanos" às suas propostas de acordos comerciais.
A África do Sul propôs importar gás natural liquefeito (GNL) e facilitar o acesso ao mercado para certos produtos agrícolas norte-americanos, segundo Tau.
"Empresas sul-africanas comprometeram-se a investir 3,3 mil milhões de dólares [cerca de 2,9 mil milhões de euros] em indústrias norte-americanas, como a mineração e reciclagem de metais, enquanto os dois Governos concordaram em procurar investimentos conjuntos em minerais críticos, produtos farmacêuticos e máquinas agrícolas", referiu o ministro.
Os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial da África do Sul, país vizinho de Moçambique, depois da China, importando produtos agrícolas, metais preciosos e veículos sul-africanos.
Os setores automóvel e de cítricos, em particular, correm o risco de perder milhares de empregos, pois as tarifas impostas pelo Presidente Donald Trump anularam de facto o acordo comercial preferencial AGOA, que permitia a entrada de certas mercadorias de vários países africanos nos Estados Unidos sem tarifas.
"Fizemos o nosso melhor", declarou Tau, acrescentando que uma redefinição das relações comerciais entre os dois países era "inevitável".
Os laços entre as duas nações deterioraram-se desde que Donald Trump assumiu o cargo em janeiro, com o Presidente norte-americano a acusar a nação africana de praticar um genocídio aos agricultores brancos sul-africanos.
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