Dirigente do Hamas opõe-se a comité de paz proposto por Trump
- 09/10/2025
Questionado pela cadeia televisiva do Qatar Al-Araby se o Hamas aceitaria esta autoridade de transição, Osama Hamdan respondeu: "Nenhum palestiniano poderia aceitá-la. Todas as fações, incluindo a Autoridade Palestiniana, rejeitam isso".
Os comentários de Hamdan surgiram no dia em que o Hamas e Israel assinaram um acordo no Egito para a primeira fase do plano de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Esta fase inclui o fim dos combates, a rápida libertação dos 47 reféns israelitas detidos pelo Hamas na Faixa de Gaza, dos quais 20 se presumem vivos, e de centenas de prisioneiros palestinianos, bem como a retirada gradual das forças israelitas do enclave.
No entanto, não aborda ainda a delicada questão da autoridade responsável pela administração da Faixa de Gaza, ou mesmo pela supervisão da reconstrução deste território devastado por dois anos de bombardeamentos.
Ao revelar o plano para pôr fim à guerra no enclave palestiniano, o Presidente norte-americano anunciou que o antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair faria parte do comité de paz, a ser presidido pelo próprio Donald Trump.
"Ninguém quer regressar à era dos mandatos e do colonialismo", comentou Hamdan, referindo-se em particular ao período do Mandato Britânico da Palestina.
Espera-se que este comité de paz de tecnocratas, incluindo locais, proposto por Trump, administre a Faixa de Gaza antes de entregar o território a uma Autoridade Palestiniana reformada.
O vice-presidente da Autoridade Palestiniana, movimento rival do Hamas, Hussein al-Sheikh, declarou que a entidade já tinha concluído todos os preparativos necessários para gerir a Faixa de Gaza após o conflito e supervisionar a reconstrução.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 67 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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