Emir do Qatar apela a líder sírio para formar um governo inclusivo
- 30/01/2025
Durante a sua visita a Damasco, o emir sublinhou a "necessidade urgente de constituir um governo que represente todas as componentes" da sociedade síria, de modo a "consolidar a estabilidade e avançar com projetos de reconstrução, desenvolvimento e prosperidade", de acordo com um comunicado oficial.
A agenda da deslocação do chefe de Estado qatari foi centrada em conversações sobre a estratégia para a reconstrução da Síria.
A visita do emir do Qatar, Tamim ben Hamad al-Thani, é a primeira de um chefe de Estado à Síria desde a queda do regime do Presidente Bashar al-Assad, na sequência de uma ofensiva do grupo radical islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que tomou o poder a 08 de dezembro de 2024 e desencadeou um processo de transição em que as novas autoridades se comprometeram a resolver os principais problemas do país.
Outrora ligado à organização terrorista Al-Qaida, o HTS afirma ter renunciado ao 'jihadismo' e o novo governo está a tentar tranquilizar a comunidade internacional, prometendo respeitar os direitos das minorias numa Síria multiconfessional e multiétnica.
O primeiro-ministro do Qatar, Mohammed Jassim al-Thani, já tinha visitado Damasco em meados de janeiro e anunciado que Doha iria fornecer o apoio técnico necessário para a reabilitação das infraestruturas do país devastado pela guerra, tendo nessa altura prometido o fornecimento de 200 megawatts de eletricidade.
Segundo uma fonte diplomática, Doha poderá também financiar um aumento dos salários do setor público, decidido pela nova administração síria.
Ao contrário de outros países árabes nos últimos anos, o Qatar, que apoiou a oposição ao regime de Bashar al-Assad durante a guerra na Síria, nunca restabeleceu relações diplomáticas com Damasco.
Após a queda do regime de Al-Assad, o Qatar foi o segundo país, depois da Turquia, a reabrir a sua embaixada na capital síria.
Desde dezembro que líderes árabes e ocidentais têm vindo a Damasco para conhecer o novo regime sírio.
Uma delegação da Rússia, aliada próxima do antigo líder, visitou Damasco esta semana, e vários chefes de diplomacia e altos representantes de países como França, Alemanha e Turquia também estiveram no território sírio.
O Ministério da Defesa sírio informou hoje que uma delegação militar turca de alto nível também está em Damasco.
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