EUA acompanham "de perto" situação na Coreia do Sul depois de lei marcial

  • 03/12/2024

"A administração está em contacto com o governo da Coreia do Sul e está a acompanhar a situação de perto", segundo um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, citado pela agência noticiosa Yonhap.

 

A declaração da lei marcial foi feita depois de o Partido Democrático, na oposição, ter apresentado um projeto de lei orçamental reduzido na comissão parlamentar do orçamento e de ter apresentado moções de impugnação contra um auditor estatal e o procurador-geral.

A imprensa local também refere que um comando militar, lançado com a declaração da lei marcial, anunciou um decreto para probir todas as atividades políticas, incluindo protestos e ações partidárias.

O decreto foi emitido pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General Park An-su, e entrou em vigor às 23h00 locais (14h00 de Lisboa).

"Todas as atividades políticas, incluindo as relacionadas com a Assembleia Nacional, as assembleias regionais, os partidos políticos, a formação de organizações políticas, as manifestações e os protestos são proibidos", declarou Park, informando que o decreto foi proclamado a nível nacional para "defender a democracia livre e a segurança do povo contra as forças anti-estatais que ameaçam derrubar o país".

O decreto também coloca sob controlo todos os meios de comunicação social, além de ordenar aos médicos estagiários em greve que regressem imediatamente ao trabalho no prazo de 48 horas.

De acordo com o decreto, as pessoas que violarem a lei marcial podem ser detidas ou alvo de rusgas sem mandado.

O acesso à Assembleia Nacional sul-coreana foi bloqueado por guardas parlamentares e pela polícia, depois da declaração da lei marcial, levando dezenas de cidadãos a concentraram-se em frente à Assembleia, o que já provocou confrontos.

Segundo uma televisão local, helicópteros sobrevoam o parlamento.

Yoon Suk Yeol declarou hoje "lei marcial de emergência" para proteger a "ordem democrática constitucional", acusando a oposição de controlar o parlamento e simpatizar com a Coreia do Norte.

Durante uma comunicação transmitida pela televisão, Yoon prometeu "erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem democrática constitucional".

O Ministério da Defesa convocou uma reunião dos "principais comandantes e apelou a uma vigilância reforçada", segundo a agência noticiosa local Yonhap.

"O ministro ordenou igualmente que as forças armadas se mantivessem em guarda de emergência", segundo a curta notícia divulgada depois de o Presidente ter decretado a lei marcial.

Enfrentando uma diminuição na sua aprovação, Yoon tem-se esforçado por aplicar a sua agenda desde que assumiu o cargo em 2022, contra um parlamento controlado pela oposição.

O partido conservador Poder Popular de Yoon regista um impasse com o Partido Democrático, da oposição liberal, sobre o projeto de lei orçamental para 2025.

Yoon tem também rejeitado os apelos a investigações independentes sobre os escândalos que envolvem a sua mulher e altos funcionários, o que tem levado a fortes críticas dos seus rivais políticos.

Também o ministro das Finanças, Choi Sang-mok, convocará uma reunião de emergência com os principais responsáveis económicos, segundo a Yonhap.

Esta reunião incluirá os diretores do Banco da Coreia, da Comissão de Serviços Financeiros e do Serviço de Supervisão Financeira, informou o Ministério das Finanças, acrescentando que a reunião será seguida de uma sessão separada com altos funcionários do Ministério das Finanças.

O Partido Democrático já considerou a declaração de lei marcial de Yoon como "inconstitucional e contra o povo", segundo a agência sul-coreana.

Leia Também: Assembleia da Coreia do Sul bloqueada após declaração de lei marcial

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2682487/eua-acompanham-de-perto-situacao-na-coreia-do-sul-depois-de-lei-marcial?utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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