Ex-ministro israelita pede acordo em Gaza ao lado de familiares de reféns

  • 14/01/2025

"Espero que desta vez os interesses nacionais prevaleçam sobre os políticos", destacou Gallant, sobre o acordo de cessar-fogo em Gaza que parece iminente, sugerindo que o primeiro-ministro não aproveitou outras oportunidades para o assinar de forma a garantir a sobrevivência do seu governo.

 

Netanyahu demitiu Gallant em 05 de novembro precisamente por causa de desentendimentos entre os dois ao longo da guerra, incluindo o tratamento dado aos reféns e o acordo para os resgatar, frisou o ex-ministro, em declarações desde a Praça dos Reféns de Telavive.

Gallant esteve encarregue da Defesa durante a maior parte da guerra e as suas posições entraram também em conflito com as dos dois ministros mais extremistas do executivo, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir.

Ambos se opuseram ao acordo de cessar-fogo nos últimos meses e insistiram em intensificar a ofensiva em Gaza.

Enquanto Ben Gvir continua a opor-se ao acordo, Netanyahu está a tentar convencer Smotrich a não deixar o governo se o acordo for bem-sucedido.

"Peço ao meu amigo, o ministro das Finanças Bezalel Smotrich, que se junte a mim na cooperação total contra o acordo horrível que está a ser elaborado", vincou Ben Gvir, através das redes sociais.

De acordo com o canal de televisão israelita 12, o primeiro-ministro está a tentar garantir que, pelo menos se Smotrich não apoiar o acordo, este não criará uma crise governamental quando for aprovado.

Entre as medidas de compensação que Netanyahu está a oferecer ao ministro das Finanças está uma expansão da presença de Israel na Cisjordânia, algo que o ministro apoia.

A este respeito, Gallant disse na praça que estava "envergonhado pelo que Ben Gvir e Smotrich estão a fazer", ao bloquear o acordo.

"Não é judeu, nem sionista, nem humano", salientou.

O diário israelita Haaretz noticiou que cerca de 2.000 manifestantes participavam no protesto organizado pelo Fórum de Familiares de Reféns e Pessoas Desaparecidas, que exige o resgate imediato dos reféns mantidos desde o início da guerra.

Os familiares dos reféns estão céticos quanto à possibilidade de o novo acordo de tréguas em Gaza, que constaria de três fases distintas, não garantir o regresso de todos os que estão em cativeiro, uma vez que, para já, fontes israelitas apenas confirmaram ter negociado as condições da primeira fase.

Atualmente, 94 das 251 pessoas raptadas nos ataques do Hamas a Israel, em 07 de outubro de 2023, permanecem no enclave e estima-se que pelo menos 34 estejam mortas.

Enquanto Israel e o Hamas negoceiam um cessar-fogo em Doha, o número de mortos na ofensiva israelita em Gaza atingiu hoje os 46.645, de acordo com dados das autoridades de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

As autoridades da Faixa de Gaza, enclave controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, pediram à população que tenha extrema cautela perante uma possível onda de ataques mais intensos do exército antes do acordo.

Leia Também: Ataque israelita faz seis mortos na Cisjordânia

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2707601/ex-ministro-israelita-pede-acordo-em-gaza-ao-lado-de-familiares-de-refens?utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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