Igrejas condenam "massacres de civis inocentes" na Síria
- 08/03/2025
A costa síria, no oeste do país, bastião da comunidade alauita, de onde provém o presidente deposto Bashar al-Assad, é também o lar de minorias cristãs e ismaelitas, num país onde a maioria dos habitantes são muçulmanos sunitas.
A violência eclodiu na quinta-feira após vários dias de tensões na região de Latakia, as primeiras desta magnitude desde a tomada do poder, em 08 de dezembro, na Síria, de uma coligação rebelde liderada pelo grupo radical islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham, HTS.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) registou mais de 500 civis alauitas mortos no oeste do país, dando conta de "execuções em bases sectárias ou regionais".
"Nos últimos dias, a Síria tem vivido uma perigosa escalada de violência, brutalidade e assassinatos, levando a ataques contra civis inocentes, incluindo mulheres e crianças", afirmaram os patriarcas das igrejas cristã ortodoxa, católica melquita e siríacos ortodoxos, num comunicado conjunto.
Condenaram veementemente qualquer ato que ameace a paz civil, bem como os massacres contra civis inocentes, apelando ao fim imediato destes atos horríveis.
Na sexta-feira, a administração autónoma curda, que controla uma grande parte do nordeste da Síria, apelou a "todas as forças políticas envolvidas para se juntarem num diálogo nacional" para "uma solução política abrangente".
Por seu lado, o influente líder religioso druso, o xeque Hikmat al-Hajri, também apelou ao fim imediato da violência.
Desde que chegou ao poder, o presidente interino da Síria, Ahmad al-Chareh, tem tentado tranquilizar as minorias e apelou às suas forças para que mostrem moderação e evitem qualquer desvio sectário, mas esta linha não é necessariamente partilhada por todas as fações que operam sob o seu comando, segundo os analistas.
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