Kinshasa e Kigali estabelecem 2 de maio como prazo para acordo de paz
- 26/04/2025
Os dois países acordaram "criar um projeto de acordo de paz" até 02 de maio numa declaração assinada ao lado do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pelos ministros das Relações Exteriores do Ruanda e da República Democrática do Congo (RDCongo).
Num anúncio na quarta-feira, o governo congolês e o grupo antigovernamental M23 emitiram uma declaração conjunta pela primeira vez, na qual disseram que queriam "trabalhar para a conclusão de uma trégua".
O conflito no leste da República Democrática do Congo agravou-se no final de janeiro, quando os rebeldes se apoderaram de Goma e Bukavu, capital do Kivu Sul, ambas na fronteira com o Ruanda e ricas em minerais como o ouro e o coltan, essenciais para a indústria tecnológica e para o fabrico de telemóveis.
Desde a intensificação da ofensiva do M23, cerca de 1,2 milhões de pessoas foram deslocadas nestas duas províncias, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Além disso, os confrontos que eclodiram em Goma e nos seus arredores fizeram mais de 8.500 mortos em janeiro, segundo o ministro da Saúde Pública democrático-congolês, Samuel Roger Kamba, no final de fevereiro.
A atividade armada do M23, um grupo constituído principalmente por tutsis vítimas do genocídio ruandês de 1994, recomeçou no Kivu Norte em novembro de 2021 com ataques relâmpagos contra o exército governamental.
O leste da RDCongo está mergulhado em conflitos desde 1998, alimentados por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU (Monusco).
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