Lula exalta democracia dois anos após ataque extremista em Brasília

  • 08/01/2025

"Hoje é dia de dizermos em alto e bom som: Ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos, e que a democracia está viva, ao contrário do que planeavam os golpistas do 08 de janeiro de 2023", disse Lula da Silva numa cerimónia em Brasília que reuniu membros do Governo, políticos e representantes dos poderes legislativo e judiciário.

 

"Estamos aqui - mulheres e homens de diferentes origens, crenças, partidos e ideologias - unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para dizer: Ditadura nunca mais. Democracia sempre", acrescentou o presidente brasileiro.

Em 08 de janeiro de 2023, milhares de 'bolsonaristas' invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, o Parlamento e o Supremo Tribunal Federal (STF) numa tentativa de provocar o caos e incitar uma intervenção militar para derrubar Lula da Silva, que tomara posse como presidente para um terceiro mandado depois de vencer Bolsonaro nas presidenciais realizadas em outubro de 2022.

Num discurso de pouco mais de 20 minutos, o chefe de Estado brasileiro lembrou passagens de sua vida, frisando momentos em que esteve perto da morte, disse ser um "amante da democracia" e afirmou considerar que a "democracia para poucos não é democracia plena", considerando-a "sempre uma obra em construção".

"Se hoje podemos pensar diferente e expressar livremente nossos pensamentos, ideias e desejos, é porque a democracia venceu. Caso contrário, a única liberdade de expressão permitida seria a do ditador e de seus cúmplices - e usada para mentir, espalhar o ódio e incitar a violência contra quem pensa diferente", pontuou Lula da Silva.

Sobre as investigações dos responsáveis pelos ataques de 08 de janeiro, o presidente brasileiro destacou que o Governo será implacável contra quaisquer tentativas de golpe.

"Os responsáveis pelo 08 de janeiro estão sendo investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram, inclusive os que planearam o assassinato do presidente, vice-presidente da República e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Terão amplo direito de defesa e terão direito à presunção de inocência", acrescentou.

Lula da Silva não mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de uma investigação sobre seu papel como instigador dos tumultos. Além disso, o Ministério Público brasileiro deve decidir em breve se processará o ex-presidente ou não pelo seu envolvimento num alegado plano de golpe de Estado para permanecer no poder após as eleições de 2022 investigado pela Polícia Federal, que pediu o seu indiciamento por tentativa de Golpe de Estado, bem como de outras 39 pessoas.

Na sequência do discurso, Lula da Silva desceu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado de autoridades para participar de um ato simbólico nomeado de "Abraço da Democracia", na Praça dos Três Poderes, que contou com a presença de políticos, de movimentos sociais e apoiantes de partidos de esquerda.

Numa outra cerimónia simbólica realizada no início da manhã, também no Palácio do Planalto, o presidente brasileiro e alguns ministros realizaram a devolução ao património público de 21 obras de arte que precisaram de ser restauradas após serem danificadas durante os atos de vandalismo.

Entre essas obras estão a pintura, "As Mulatas", de Emiliano Di Cavalcanti, um dos mestres do modernismo brasileiro, que havia sido danificada com uma faca durante a invasão, um raro relógio do século XVII, trazido para o Brasil pelo rei português D. João VI, em 1808, e uma ânfora portuguesa em cerâmica esmaltada.

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/pais/2703470/lula-exalta-democracia-dois-anos-apos-ataque-extremista-em-brasilia?utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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