Médio Oriente. UNRWA garante que mantém apoio na Palestina
- 30/01/2025
"A UNRWA continua a prestar assistência e serviços às comunidades que assiste. As nossas clínicas na Cisjordânia e em Jerusalém Leste permanecem abertas, enquanto prossegue a operação humanitária em Gaza", informou o organismo, em comunicado.
O organismo informou não ter recebido qualquer comunicação oficial do governo israelita sobre a aplicação dos novos regulamentos que limitam as operações da UNRWA e reafirmou o seu compromisso para com o povo palestiniano.
Arriscando fechar portas devido à intensificação da ofensiva política e diplomática de Israel, a organização afirmou: "Permanecemos e cumprimos".
"O nosso plano é cumprir as nossas obrigações. Isto é, prestar serviços humanitários e assistência às pessoas onde quer que se encontrem no Território Palestiniano Ocupado", afirmou a diretora de comunicações da UNRWA, Juliette Touma, citada no comunicado.
A decisão do Knesset (parlamento israelita) de aprovar os dois projetos de lei que proíbem as atividades da agência das Nações Unidas ocorreu quando se registam hostilidades israelitas crescentes contra a UNRWA.
Israel tem acusado a agência de alegadas ligações aos islamitas palestinianos do Hamas, apelando à dissolução e à transferência do seu trabalho para outras agências da ONU e organizações não-governamentais.
A UNRWA advertiu que a aplicação das leis colocará "enormes limitações" à capacidade do seu funcionamento e lamentou que o objetivo final destas medidas seja "negar aos refugiados da Palestina o direito à autodeterminação e apagar a sua história e identidade".
A agência entregou dois terços de toda a ajuda alimentar à Faixa de Gaza durante os últimos 15 meses da ofensiva e forneceu abrigo a mais de um milhão de pessoas deslocadas. Além disso, forneceu água potável a 475.000 pessoas e vacinou cerca de 250.000 crianças contra a poliomielite.
"As nossas equipas realizaram sete milhões de consultas de saúde. Mais de meio milhão de crianças receberam assistência psicossocial e criámos uma plataforma de aprendizagem em linha na qual 260 mil crianças já estão registadas", lê-se no comunicado divulgado, sublinhando que desde o início do cessar-fogo em Gaza, há uma semana e meia, a UNRWA introduziu 60% dos alimentos que entraram no enclave palestiniano.
Leia Também: Trabalhadores da UNRWA abandonam sede em Jerusalém após ordem israelita