Merkel distancia-se do líder do partido por moção com extrema-direita

  • 30/01/2025

"Seria errado deixar de me sentir vinculada a esta proposta e, assim, permitir, pela primeira vez, uma maioria com os votos da AfD numa votação do parlamento alemão", escreveu na sua página oficial.

 

A antiga chanceler alemã, que ocupou o cargo durante 16 anos, apelou a que, em vez disso, "todos os partidos democráticos trabalhem em conjunto, para além das fronteiras políticas, sem manobras táticas, mas com honestidade na substância, moderação no tom e com base no atual direito europeu".

O objetivo deve ser "evitar futuros ataques tão horríveis como os que ocorreram recentemente em Magdeburgo, pouco antes do Natal, e em Aschaffenburg, há alguns dias".

Angela Merkel recordou ao líder do partido democrata-cristão e candidato a chanceler, que ele próprio tinha proposto um pacto para evitar a formação de maiorias com o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha.

Na quarta-feira, o Bundestag aprovou uma moção da CDU e da CSU (partido irmão na Baviera) a favor de uma política de migração mais dura com os votos da AfD e dos liberais do FDP. O SPD, partido do atual chanceler Olaf Scholz, e os Verdes, criticaram duramente os conservadores por terem feito passar a moção com o apoio da AfD.

Antes da votação, Scholz e Merz tiveram uma acesa troca de acusações sobre a forma como lidar com a AfD, com o ainda chanceler a acusar o adversário de "aceitar abertamente o apoio da AfD para as suas propostas ilegais".

Vários atos de violência recentes envolvendo estrangeiros, um esfaqueamento em Aschaffenburg, na semana passada, um ataque num mercado de Natal em Magdeburg, que matou seis pessoas em dezembro, e outro esfaqueamento em Solingen, no verão passado, em que morreram três pessoas, têm acentuado a discussão sobre as políticas de migração na Alemanha.

Friedrich Merz, antigo rival de Angela Merkel dentro do seu próprio partido, tem criticado abertamente a política de imigração da antiga chanceler, que considera demasiado branda. Em 2015, Merkel abriu as portas da Alemanha a cerca de um milhão de refugiados sírios e afegãos.

Depois da decisão desta quarta-feira no Bundestag, várias novas manifestações foram convocadas. Cerca de seis centenas de pessoas concentraram-se na quarta-feira à frente da sede da CDU em Berlim. Uma nova manifestação está marcada para hoje.

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2717945/merkel-distancia-se-do-lider-do-partido-por-mocao-com-extrema-direita?utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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