Parlamento da Eslovénia aprova referendo sobre despesas com a Defesa

  • 04/07/2025

Os compromissos com a NATO têm exacerbado as divergências entre o partido do primeiro-ministro da Eslovénia, Robert Golob, o Movimento da Liberdade, e os seus parceiros de coligação, os sociais-democratas e a esquerda, que juntaram-se à oposição para fazer passar a iniciativa no parlamento que visa consultar a opinião pública sobre o aumento das despesas com a Defesa para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030.

 

O primeiro-ministro considerou a iniciativa um "disparate" e prometeu responder com uma contraproposta para um referendo sobre a permanência da Eslovénia na NATO.

"Só há dois caminhos possíveis: ou ficamos na Aliança e pagamos as nossas quotas ou saímos", disse, assumindo que qualquer outra abordagem é "um engano populista".

A Eslovénia já é um dos países da NATO que menos gasta com a Defesa, mas a pressão sobre as despesas aumentou depois da recente cimeira de líderes em Haia (Países Baixos), onde todos os aliados assinaram um documento para aumentar as despesas com a Defesa para 5% do PIB dentro de uma década.

O referendo agora proposto por vários partidos não é vinculativo, mas complica o cenário para Golob, a menos de um ano das próximas eleições legislativas.

O primeiro-ministro disse na terça-feira que só se comprometia a aumentar as despesas com a Defesa em 2% do PIB este ano e em 3% até 2030, apesar do objetivo da NATO fixar 5% de investimento até 2035.

Golob distanciou-se assim do objetivo acordado na cimeira da NATO, argumentando que não se trata de uma declaração vinculativa e que o país apenas se considera obrigado a respeitar os compromissos aprovados pelo seu próprio parlamento que fixou em 3% o limite de despesa para 2030.

O primeiro-ministro argumentou numa entrevista à televisão estatal que os objetivos da NATO são adotados por consenso, sem "votação real", e que, por isso, documentos como o que foi assinado pelos aliados na reunião de Haia não implicam obrigações em termos legais para os signatários.

Assim, a Eslovénia limitar-se-á a cumprir o seu próprio caminho, que fixa o horizonte de despesas para este ano em 2% do PIB.

Golob considera que a posição eslovena é idêntica à do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e que se trata de um compromisso em termos de capacidades e não tanto um objetivo de despesa.

Sánchez defendeu em 25 de junho que os 2,1% do PIB são um nível de gasto "suficiente e realista" para Espanha, sendo compatível com os compromissos internacionais assumidos pelo país.

Na mesma ocasião, o governante espanhol considerou a cimeira da NATO "um êxito", tanto do ponto de vista "da unidade" da Aliança como do "interesse geral" de Espanha.

Leia Também: Eslovénia investirá 3% do PIB em Defesa até 2035 apesar de metas da NATO

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2816888/parlamento-da-eslovenia-aprova-referendo-sobre-despesas-com-a-defesa


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