Secretário-geral da NATO elogia Trump e "espantoso" rearmamento europeu

  • 13/03/2025

Numa reunião antecedida por ameaças de Trump de que os Estados Unidos não defenderiam aliados da NATO que não cumprissem as metas de despesas militares, Rutte, ex-primeiro-ministro neerlandês, deu mérito ao Presidente norte-americano pelo maior investimento dos aliados em Defesa, no atual mandato e também no anterior (2017-2021).

 

"É espantoso o que aconteceu nas últimas duas semanas", período em que a União Europeia (UE) se comprometeu a aumentar as suas despesas militares até 800 mil milhões de euros, disse Rutte.

Trump respondeu recordando como pressionou os membros da Aliança Atlântica, garantindo-lhes que não os defenderia em caso de ataque (o que violaria o artigo 5º da organização), e que graças a ele "a NATO tornou-se forte".  

No seu primeiro mandato e na campanha para as eleições de novembro, Trump questionou abertamente o princípio da defesa coletiva consagrado no artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, segundo o qual um ataque a um membro da NATO é considerado um ataque a toda a organização.

O único país a ter ativado a cláusula de defesa comum da NATO foram os próprios Estados Unidos, após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

A invasão russa da Ucrânia, há três anos, levou os países do leste da Europa, Báltico e Escandinávia a aumentarem os seus investimentos em Defesa, receando ser o próximo alvo de Moscovo.

A NATO estabeleceu como objetivo que cada membro deve gastar pelo menos 2% do seu PIB em defesa, uma meta que oito dos 32 países da NATO ainda não cumpriram, caso de Portugal.

Perante Trump, Rutte afirmou que, apesar de mais próximos, os objectivos orçamentais ainda não foram cumpridos.  

"Precisamos de fazer mais. Mas penso que [os aliados] querem trabalhar em conjunto consigo na preparação da próxima cimeira (que terá lugar na cidade holandesa de Haia, em junho), para garantir que temos uma NATO realmente reforçada sob a sua liderança", acrescentou.

O secretário-geral da NATO falou ainda da necessidade de "produzir mais armamento", pois considera que a Aliança está a ficar para trás em relação à Rússia e à China.

Sublinhou ainda que a Europa, que compra grandes quantidades de material de guerra à indústria norte-americana, tem de fazer mais para reforçar o músculo industrial da NATO.

Apesar dos elogios, o líder da NATO não se livrou de um embaraço perante Trump, quando este reiterou que por "razões de segurança" quer tomar posse da Gronelândia, território autónomo da Dinamarca, um aliado da NATO.

"Temos os nossos ladrões habituais a vaguear perto das costas e temos de ter cuidado. Voltaremos a falar convosco sobre isso", disse Trump, numa aparente referência à Rússia e à China.

"Não quero arrastar a NATO para essa questão", respondeu Mark Rutte, reconhecendo, contudo, que "no que diz respeito ao Ártico e ao Extremo Norte, [o Presidente Trump] tem toda a razão'.

"Os chineses estão agora a utilizar estas rotas. Sabemos que os russos estão a rearmar-se (...) Por isso, é muito importante que os sete países do Ártico, tirando a Rússia, trabalhem em conjunto nesta questão, sob a égide dos Estados Unidos, para garantir a segurança desta região", sustentou o responsável máximo da Aliança Atlântica.

Leia Também: Donald Trump admite que NATO "está a melhorar" e elogia Mark Rutte

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2746637/secretario-geral-da-nato-elogia-trump-e-espantoso-rearmamento-europeu?utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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