EUA e Austrália assinam acordo sobre minerais críticos e terras raras
- 21/10/2025
"O acordo de hoje sobre minerais críticos e terras raras é apenas mais um passo em frente, aproveitando as oportunidades que temos para levar a nossa relação ao próximo nível, e tem sido fantástico o contacto que tivemos juntos, a amizade que desenvolvemos", disse Albanese depois de assinar o acordo com Trump na Casa Branca.
O acordo visa consolidar o acesso dos Estados Unidos (EUA) aos minerais estratégicos australianos com o objetivo de reduzir a dependência das terras raras da China, que praticamente monopoliza o setor.
Pequim anunciou que, em novembro, vai impor controlos à exportação destes metais críticos para as indústrias tecnológica, militar e energética, ao que Trump respondeu com a ameaça de um aumento das tarifas.
"Dentro de um ano, teremos tantos minerais críticos e terras raras que não saberemos o que fazer com eles. Valerão cerca de 2 dólares", disse Trump durante a reunião com Albanese, sublinhando que a futura abundância destes produtos fará baixar o seu preço.
O líder republicano referiu que também está a trabalhar com "outros países" neste setor, e que os EUA cooperam com a Austrália "em tudo o que tem a ver com proteção militar, navios militares, veículos, armas, munições".
"Somos aliados de longa data. Eu diria que nunca houve ninguém melhor", salientou Trump sobre as relações de Washington com a Austrália.
O Governo australiano anunciou recentemente a criação de uma reserva nacional de minerais críticos, dotada de mais de 1,2 mil milhões de dólares australianos (cerca de 720 milhões de euros), para apoiar projetos locais de extração e refinação.
Com este tipo de acordos, Camberra procura posicionar-se como um fornecedor fiável para os seus aliados.
O texto do acordo estipula que os participantes "tomarão medidas para fornecer pelo menos mil milhões de dólares (cerca de 858 milhões de euros)" a projetos nos dois países num prazo de seis meses.
O acordo insta-os também a proteger os respetivos mercados destes produtos contra práticas comerciais "desleais", numa clara referência à China, bem como a acelerar o processamento destes minerais, facilitando novos investimentos.
A assinatura formaliza a criação do Grupo de Resposta à Segurança do Abastecimento de Minerais Críticos EUA-Austrália, liderado pelo secretário da Energia dos EUA, Chris Wright, e pela ministra dos Recursos Australiana, Madeleine King.
Representantes de ambos os países concordaram em reunir-se dentro de 180 dias para dar continuidade ao acordo.
O pacto de hoje é assinado dias antes do encontro entre Trump e o homólogo chinês, Xi Jinping, que deverá ter lugar na Coreia do Sul, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC).
O líder republicano deverá chegar à Coreia do Sul a 29 de outubro para uma visita de dois dias e a cimeira decorrerá até 01 de novembro, mês em que Pequim deve impor os novos controlos à exportação de terras raras.
Leia Também: Brasil vai discutir com EUA cooperação incluindo minerais e terras raras