EUA pedem a Doha para manter mediação apesar de ataque israelita

  • 16/09/2025

As forças israelitas atacaram uma delegação do Hamas em Doha em 09 de setembro, quando os negociadores do grupo radical palestiniano analisavam uma proposta de cessar-fogo do Presidente norte-americano, Donald Trump.

 

O ataque matou cinco elementos do grupo islamitaque Israel, EUA e União Europeia consideram como terrorista e um polícia do Qatar.

Durante uma breve escala na capital do Qatar, após visitar Israel, Rubio encontrou-se com o emir no palácio real, antes de uma reunião à porta fechada com os conselheiros.

O encontro durou menos de uma hora, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

O Departamento de Estado norte-americano disse num comunicado que Rubio reconheceu os fortes laços entre Washington e Doha, e agradeceu os esforços do Qatar "para pôr fim à guerra em Gaza e garantir a libertação de todos os reféns".

Em Israel, Rubio prometeu, na segunda-feira, o "apoio incondicional" de Washington à eliminação do Hamas, depois de quase dois anos de uma guerra devastadora na Faixa de Gaza.

Apesar de se mostrar pessimista quanto a um eventual cessar-fogo, Rubio disse que apenas o Qatar teria capacidade para contribuir para esse objetivo.

A conversa com o emir do Qatar coincidiu com o anúncio do exército israelita do lançamento de uma ofensiva terrestre de grande escala sobre a cidade de Gaza.

"Vamos pedir ao Qatar que continue a fazer o que tem feito, e agradecemos-lhe por isso: desempenhar um papel construtivo para tentar pôr fim à guerra em Gaza", declarou Rubio antes de embarcar para Doha.

"Obviamente, caberá a eles decidir se querem fazê-lo depois do que aconteceu na semana passada, mas queremos que saibam que, se há um país no mundo capaz de ajudar a pôr fim a este conflito pela via negocial, é o Qatar", acrescentou.

O emir do Qatar afirmou na segunda-feira, numa cimeira de líderes árabes e muçulmanos em Doha, que o ataque israelita teve como objetivo "fazer fracassar as negociações" para travar a guerra.

Os líderes reunidos em Doha apelaram para uma revisão das relações diplomáticas com Israel e pediram a Washington para conter o aliado.

Segundo o Departamento de Estado, a visita de Rubio ao Qatar visava também "reafirmar o apoio" dos Estados Unidos ao emirado, que acolhe a maior base dos Estados Unidos no Médio Oriente.

Washington e Doha deverão concluir em breve um acordo de defesa, disse Rubio, que considerou importante "virar a página" após a ofensiva israelita.

O ataque de 09 de setembro contra dirigentes do Hamas em Doha suscitou até críticas invulgares a Israel por parte de Donald Trump.

O Presidente norte-americano garantiu que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, não voltaria a atacar o Qatar.

Netanyahu defendeu as operações israelitas em Doha, pelas quais assumiu "plena responsabilidade".

Justificou as operações com a afirmação de que "os terroristas não devem beneficiar de refúgio".

"Nem os responsáveis pelo pior massacre do povo judeu desde o Holocausto podem gozar de imunidade", afirmou, referindo-se ao ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023.

Netanyahu comparou o ataque a Doha à ação "muito ousada" dos Estados Unidos após o 11 de setembro de 2001, incluindo a guerra no Afeganistão e a operação de 2011 no Paquistão que matou Osama bin Laden, líder da Al-Qaida.

Antes do ataque de 07 de outubro, Israel e Estados Unidos terão incentivado discretamente o papel do Qatar, inclusive permitindo transferências de milhões de dólares para o Hamas, na tentativa de preservar alguma estabilidade na Faixa de Gaza.

O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007, recusando a jurisdição da Autoridade Nacional Palestiniana, de Mahmoud Abbas, remetida a parte da Cisjordânia ocupada.

Leia Também: ONU condena ataque a Doha como golpe contra mediação em todo o mundo

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2854322/eua-pedem-a-doha-para-manter-mediacao-apesar-de-ataque-israelita#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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