Janela de assalto a Museu do Louvre torna-se atração turística
- 23/10/2025
É já a nova atração turística de Paris... a janela que permitiu o assalto ao museu mais visitado do mundo. O Louvre reabriu esta quarta-feira pela primeira vez desde que o grupo de quatro homens invadiu a galeria Apollo, no domingo, levando consigo 88 milhões de euros em joias napoleónicas no assalto mais dramático de França em décadas.
Longas filas formavam-se ao redor do Cour Napoléon, o vasto pátio principal do museu e a pirâmide de vidro que serve como entrada, enquanto os visitantes esperavam pacientemente pela sua vez de visitar 33 mil esculturas, objetos de arte, pinturas e ilustrações, conta o The Guardian.
A alguns metros, no entanto, há outro grupo mais pequeno que se vai formando, na fachada que fica do lado do rio, a olhar para uma janela alta parcialmente escondida atrás de cortinas pretas.
"É simplesmente extraordinário", dizia Alida, que estava a visitar Paris com o marido, Machiel, de Blaricum, nos Países Baixos. "Parece que foi tão... simples. Se tivesse acontecido num filme, as pessoas diriam: 'Que guião tão chato!'", descreve ao mesmo meio.
Dois dos quatro ladrões, que envergavam coletes de refletores como se fossem operários, usaram uma escada extensível e um elevador de carga para subir e arrombar a janela, depois usaram ferramentas de corte para quebrar duas das vitrines que continham as joias. Depois, fugiram de scooter.
"Tudo isto é surreal", disse Fanny, de Limoges, de férias na capital francesa com o marido, Vincent, e os dois filhos, ao jornal, acrescentando: "Pensa-se que o Louvre, lar da Mona Lisa, é ultraprotegido. Mas aparentemente não."
Vincent, por seu lado, destacou o profissionalismo da operação. "Vejam aquela fachada são centenas de janelas", exclamou. "Sabiam exatamente qual era. E entraram e saíram em cerca de quatro minutos. Sabiam o que estavam a fazer".
"Deve ser quase impossível proteger completamente um edifício público enorme como este. Dezenas de milhares de metros quadrados, milhões de visitantes... Não é fácil", assumiu ainda.
Pamela, Tom e Tim, de Filadélfia, nos Estados Unidos, ficaram igualmente impressionados com o planeamento meticuloso. "Foi um crime profissional", disse Tom. "Como num filme", completou Pamela.
Já Elena, de Roma, em Itália, assumiu entender "o quão difícil deve ser prevenir" este tipo de crimes, especialmente um que foi "obviamente preparado com tanto cuidado, por ladrões tão determinados, e num edifício tão enorme quanto o Louvre". No entanto, considera o roubo "chocante e triste", porque aquelas "joias históricas provavelmente serão desmanteladas e vendidas".
As portas da galeria Apollo permaneceram fechadas na quarta-feira, com três painéis a bloquear e a equipa do Louvre a pedir aos visitantes que continuassem a andar, enquanto os investigadores vasculhavam a sala em busca de provas ou indícios que pudessem levar aos culpados.
Recorde-se que entre os objetos roubados estão oito joias da antiga coroa francesa, incluindo a tiara da imperatriz Eugénia, do século XIX. A investigação, conduzida pela Jurisdição Especializada Inter-regional (Jirs) de Paris, mobiliza cerca de 100 investigadores.
O assalto ao museu mais visitado do mundo, no coração de Paris, gerou forte polémica política e relançou o debate sobre a segurança das instituições culturais francesas.
Veja na galeria acima alguns exemplos do novo local turístico.
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