Maduro acusa EUA de sequestrar embarcação venezuelana e invoca direito de defesa

  • 16/09/2025

"A Venezuela está a exercer o seu legítimo direito de defesa, e nós estamos a exercê-lo plenamente. Não é uma forma de tensão, é uma agressão em grande escala, uma agressão judicial quando nos criminalizam, uma agressão política com as suas declarações ameaçadoras diárias, uma agressão diplomática e uma agressão militar contínua", disse Maduro numa conferência de imprensa internacional em Caracas.

 

As relações entre Caracas e Washington estão "cortadas", sublinhou, falando a partir de uma base militar próximo da capital venezuelana.

"A Venezuela está sempre pronta para o diálogo, mas exigimos respeito". (...) "Nenhuma das nossas diferenças justifica um conflito militar de grande impacto na América do Sul", adiantou.

Sob pretexto de combater o narcotráfico, nas últimas semanas os Estados Unidos enviaram para perto da costa venezuelana oito navios de guerra com mísseis e um submarino nuclear, com um total de 4.000 soldados.

No último destes anúncios, Washington deu conta do reforço da presença militar na região com o envio de dez caças furtivos F-35 para Porto Rico.

Washington acusa o Presidente venezuelano de liderar uma rede de narcotráfico e recentemente aumentou a recompensa pela sua captura para 50 milhões de dólares.

Maduro referiu-se ainda à abordagem por um "grupo de 18 fuzileiros fortemente armados" de uma embarcação venezuelana que, afirmou, estavam a pescar em "águas sob jurisdição venezuelana".

"Quem deu a ordem em Washington para que um contratorpedeiro de mísseis enviasse 18 fuzileiros armados para atacar um navio de pesca de atum?", questionou Maduro em Caracas.

Para o Presidente venezuelano, o objetivo foi "procurar um incidente militar", no que qualificou como um "sequestro" e uma "vergonha".

Na semana passada, Donald Trump anunciou que os Estados Unidos tinham atacado um "barco que transportava drogas", matando 11 "narcoterroristas".

Trump identificou os mortos como membros do cartel Tren de Aragua, um grupo criminoso venezuelano estabelecido em vários países e classificado por Washington como organização terrorista.

Nas últimas semanas, Maduro apelou à população para que se aliste na milícia, um corpo altamente politizado, criado pelo falecido presidente Hugo Chávez, assim como anunciou um plano de defesa e o envio de 25.000 membros das forças armadas para as fronteiras. 

Na sexta-feira à noite, durante uma cerimónia televisiva perante os jovens do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Maduro anunciou uma chamada aos quartéis "para receber formação e aprender nos campos de tiro a atirar em defesa da pátria".

"Todos os venezuelanos que se alistaram e são reservistas e membros das milícias vão para os quartéis militares", disse, alguns minutos depois de dançar e cantar num ambiente festivo. 

Hoje, Maduro referiu-se também às deportações pelos Estados Unidos de cidadãos venezuelanos acusados de pertença a gangues como o Tren de Aragua.

O Presidente venezuelano indicou que o seu Governo mantém, a propósito do regresso de migrantes, uma comunicação "mínima" com John McNamara, encarregado de negócios norte-americano em exercício na Colômbia, mas insistiu que as negociações com o Governo de Donald Trump estão "interrompidas".

"As comunicações não estão a zero, não estão a zero, mas estão interrompidas. Mantém-se uma ligação básica com o senhor McNamara, que é fuzileiro, um soldado que serviu na ocupação do Afeganistão e de Bagdade. McNamara não é diplomata; é um soldado habituado à guerra e está em Bogotá. Utiliza métodos de guerra com outros países; nem sequer se atreve a fazê-lo connosco", disse o Presidente venezuelano em conferência de imprensa.

Leia Também: Venezuela assegura que EUA triplicaram voos de aviões espiões sobre país

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2854047/maduro-acusa-eua-de-sequestrar-embarcacao-venezuelana-e-invoca-direito-de-defesa#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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