Nesta corrida em Madrid, trocaram-se os ténis por saltos de 15 cm. Veja
- 04/07/2025
As celebrações do Orgulho LGBTQIA+ começaram em junho e prolongam-se até esta quinta-feira em Madrid, Espanha, onde um dos momentos de mais animação acontece anualmente, a corrida em saltos altos.
Na apelidada 'Corrida de Tacões', o momento é descrito pelo turismo da cidade como uma "prova de carácter desportivo e festivo, que este ano celebra a sua 24.ª edição na Rua Pelayo."
A prova consiste em "conseguir terminar o percurso calçando sapatos com tacões de até 15 centímetros de altura."
Das pessoas que assistem à prova até quem participa - e passando pelo calçado que usam -, as fotografias podem ser vistas acima.
A agenda de Madrid dá ainda conta de que as celebrações acabam no domingo, um dia depois de uma manifestação e também da 18.ª edição do concurso 'Mr. Gay Pride España', "um evento com um claro compromisso social, que contribui para engrandecer o melhor Orgulho de Europa."
A corrida aconteceu na Chueca, um bairro madrileno.
Veja as imagens na galeria acima.
Do 'outro lado' da Europa: A marcha sem precedentes
O Mês do Orgulho LGBTQIA+ é assinalado em junho, e na Europa 'mexeu', principalmente na Hungria, onde este fim de semana se realizou a marcha, proibida pelo governo.
Em Budapeste, foi travado um braço de ferro entre a polícia, que proibiu a manifestação, e o presidente da câmara da cidade, opositor do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orban, que decidiu realizar a manifestação. Numa carta assinada pelo ministro da Justiça, Bence Tuzson, a Hungria avisou os embaixadores dos outros países da União Europeia que nem eles, nem o seu pessoal, deveriam participar na manifestação.
"A situação legal é clara: o 'Pride' é um evento proibido", escreveu, de acordo com uma cópia da carta a que a agência de notícias AFP teve acesso.
Apesar da proibição, muitos eurodeputados anunciaram a sua intenção de se deslocarem a Budapeste e participarem no desfile, que se realizou no sábado. Bruxelas, pela voz da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, apelou à Hungria que anule a proibição, dizendo que esta se devia poder "realizar-se sem receio de sanções penais ou administrativas contra os organizadores ou os participantes."
"À comunidade LGBTQI+ da Hungria e de outros países, serei sempre vossa aliada", acrescentou.
A Marcha do Orgulho em Budapeste realizou-se cerca de 200 mil pessoas, entre os quais eurodeputados de vários países, apesar do alerta feito pelo governo. Sob o lema de 'A liberdade e o amor não podem ser proibidos', os protestos foram pacíficos, numa mobilização sem precedentes desde a criação do Orgulho Gay húngaro nos anos de 1990.
Orbán reagiu aos protestos, sublinhando que era "daqueles que não consideram o que aconteceu como orgulho", mas sim "vergonha". O primeiro-ministro húngaro acusou ainda a oposição de, "por ordem de Bruxelas", "incitar à violação das leis de que não gosta, de zombar da soberania da Hungria e, com o apoio do estrangeiro, de tentar impor a cultura 'woke' [de atenção e consciencialização sobre desigualdades sociais e raciais]" .
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