Oito paramilitares mortos e cinco chineses raptados em ataque na Nigéria
- 07/09/2025
De acordo com o comandante do Corpo de Segurança e Defesa Civil da Nigéria (NSCDC, na sigla em inglês), Agun Gbenga, o ataque ocorreu na sexta-feira à noite no estado de Edo.
Na altura em que o grupo escoltava cinco cidadãos chineses em patrulha de rotina para entrar na fábrica de cimento, um grupo abriu fogo sobre os paramilitares, matando oito e ferindo outros quatro.
Os expatriados chineses foram raptados, quatro dos quais foram mais tarde resgatados, acrescentou Gbenga, num comunicado divulgado pela edição online do jornal nigeriano Punch.
O líder do NSCDC deslocou-se ao local para iniciar uma investigação ao ataque e visitou os feridos no hospital.
O ataque aconteceu na mesma altura em que, no nordeste da Nigéria, um ataque atribuído a fundamentalistas islâmicos causou pelo menos 55 mortos.
Um oficial de segurança e um funcionário de uma organização não-governamental disseram hoje à agência de notícias francesa France-Presse (AFP), o ataque ocorreu na cidade de Darul Jama, que abriga uma base militar, na fronteira entre Nigéria e Camarões.
O comandante de uma milícia pró-governo, Babagana Ibrahim, disse que há seis soldados entre os mortos.
Segundo ele, 55 pessoas foram mortas, mas um funcionário de uma organização não-governamental, que não quis ser identificado, colocou o número de vítimas em 64.
Testemunhas disseram que o ataque começou à noite, os agressores chegaram em motocicletas, dispararam armas e incendiaram casas.
"Eles vieram aos gritos e atirando contra tudo que se mexia", contou Malam Bukar, que fugiu para o campo com a mulher e os filhos.
"Quando voltámos, havia corpos por toda parte", acrescentou.
Muitas das vítimas eram famílias que chegaram recentemente de um campo para deslocados em Bama, que as autoridades nigerianas fecharam este ano.
A área atacada está sob controlo do comandante do grupo Boko Haram, Ali Ngulde, que uma fonte de segurança identificou à AFP como líder do ataque.
A Nigéria luta há 20 anos contra fundamentalistas islâmicas no nordeste do país.
O nordeste da Nigéria sofre ataques do Boko Haram desde 2009, que se intensificaram a partir de 2016, com o surgimento do grupo dissidente Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP), sobretudo em áreas rurais do nordeste.
O Boko Haram e o ISWAP já mataram mais de 35 mil pessoas e causaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos, como Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados do Governo e das Nações Unidas.
Os dois grupos procuram impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
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