ONU conclui: Israel está a cometer "crime de genocídio" em Gaza
- 16/09/2025
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o presidente do país, Isaac Herzog, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, "incentivaram um crime de genocídio" na Faixa de Gaza. Esta é a conclusão de investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) que publicaram os resultados da sua análise num relatório apresentado esta terça-feira, 16 de setembro.
Para a Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU "estes três governantes "incitaram ao genocídio e e as autoridades israelitas não tomaram medidas para punir essa incitação", noticia a ABC. Assim, concluem que a "responsabilidade recai sobre o Estado de Israel".
A comissão, encarregada de investigar a situação dos direitos humanos nos territórios palestinianos ocupados, publica esta conclusão quase dois anos após o início do conflito em Gaza.
Recorde-se que a guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas a 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, onde fez 1.200 mortos, na maioria civis, e 251 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva em grande escala no enclave palestiniano, que provocou acima de 64 mil mortos, na maioria mulheres e crianças, segundo as autoridades locais controladas pelo grupo islamita, destruiu a quase totalidade das infraestruturas do território e provocou um desastre humanitário sem precedentes na região.
Gaza "em chamas"
Esta conclusão surge também numa altura em que se intensificaram os ataques militares israelitas em Gaza, com o objetivo de retirar da região toda a sua população. Ainda esta manhã, o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, afirmou a determinação em continuar a ofensiva na Faixa de Gaza, após intensos ataques aéreos do exército israelita na Cidade de Gaza e arredores durante a noite.
"Gaza está em chamas. As Forças de Defesa de Israel [IDF, na sigla em inglês] estão a atacar com punho de ferro as infraestruturas terroristas", disse o ministro.
"Os soldados [das IDF] estão a lutar bravamente para criar as condições necessárias para a libertação dos reféns e a derrota do [movimento islamita palestiniano] Hamas", acrescentou Katz.
"Não cederemos nem recuaremos até que a missão esteja concluída", acrescentou o ministro, na rede social X.
Ataques intensificaram-se nos últimos dias
O exército israelita lançou na segunda-feira à noite uma série de intensos ataques aéreos contra a Cidade de Gaza, enquanto os seus tanques avançam lentamente em direção para uma invasão terrestre da capital, segundo informaram fontes locais.
Os ataques mataram pelo menos quatro pessoas no sul da Cidade de Gaza e pelo menos outras oito no norte da capital do enclave, ferindo mais de 40, segundo o jornal Filastin, controlado pelo Hamas.
As forças israelitas estão a atacar com dureza a cidade, já sitiada, com helicópteros, drones e robôs carregados de explosivos, enquanto as suas tropas vão ganhando terreno em diferentes zonas em redor da urbe, especialmente pelo noroeste, descreve fontes à agência de notícias espanhola EFE.
[Notícia atualizada às 09h16]
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