ONU vai debater no Conselho de Direitos Humanos ataque ao Qatar
- 15/09/2025
A reunião foi solicitada por dois dos 47 Estados que atualmente integram o Conselho: o Kuwait, em representação do Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo, e o Paquistão, em nome da Organização para a Cooperação Islâmica.
O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Turk, condenou o ataque a um edifício em Doha, capital do Qatar, onde estava uma delegação do grupo palestiniano Hamas.
Turk disse na altura que o ataque significava "atirar gasolina para o fogo" que consumia a região.
O Qatar abriga o escritório político do Hamas e acolhe rondas de conversações para o cessar-fogo em Gaza-.
Delegações de Israel também se reuniram em Doha para negociar indiretamente com o Hamas através dos mediadores, que são o Catar, o Egito e os Estados Unidos.
É a décima reunião de emergência realizada pelo Conselho de Direitos Humanos desde que foi criado em 2006.
Realiza-se durante a 60.ª sessão da assembleia especializada, que começou em 8 de setembro e vai decorrer até 08 de outubro.
Os debates anteriores giraram em torno de questões como a situação das mulheres no Afeganistão após o regresso dos talibãs ao poder, ou a agressão russa na Ucrânia.
A reunião em Genebra realiza-se também no mesmo dia em que o Qatar promove um encontro de líderes de países árabes e islâmicos para tomar uma posição sobre o ataque israelita a Doha.
Está prevista a participação na cimeira dos presidentes da Autoridade Nacional Palestiniana, do Irão, do Egito, e da Turquia, e o primeiro-ministro do Iraque, entre outros líderes.
O ataque israelita contra o Qatar matou cinco elementos do Hamas e um polícia local.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada pelos ataques de militantes do grupo extremista em solo israelita em 07 de outubro de 2023, que mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram 251 reféns.
Desde o início da ofensiva em Gaza que se seguiu ao ataque, as forças israelitas mataram mais de 64.800 pessoas.
Devido à ofensiva em Gaza, Israel enfrenta acusações de genocídio e de uso da fome como armada de guerra, que nega.
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