Oposição sérvia acusa Moscovo de interferência no país
- 15/09/2025
"Não existe nenhum plano europeu, nem 'Euromaidan' sérvio, nem revolução colorida, nem disparates semelhantes, que são usados para esconder que os cidadãos da Sérvia querem a sua própria liberdade, responsabilidade, justiça e prisões para ladrões e assassinos. E vamos consegui-lo", declarou o vice-presidente do Partido Social-Democrata (SSP), Borko Stefanovic.
O termo 'Euromaidan' refere-se aos protestos pró-europeus que começaram no final de 2013, na Ucrânia, contra a decisão do Governo de suspender o Acordo de Associação com a UE e de reforçar as relações com a Rússia.
Meios de comunicação próximos do Governo sérvio destacaram hoje um alerta do Serviço de Informações Externas russo (SVR), no qual afirmou que "a UE está a preparar um 'Euromaidan' sérvio".
"O objetivo da corrente liberal europeia é colocar à frente deste grande país dos Balcãs uma liderança obediente e leal a Bruxelas", referiu o SVR em comunicado, também divulgado hoje.
Stefanovic questionou o SVR sobre os motivos pelos quais apoia "um ditador" na Sérvia contra cidadãos que apenas querem Estado de direito e liberdade.
O SSP tem 12 dos 94 deputados da oposição, face aos 156 que apoiam o Governo de Vucic.
As manifestações, lideradas por estudantes, que exigem um Estado de direito, democracia e eleições antecipadas, começaram após a morte de 16 pessoas no desabamento, a 01 de novembro, da cobertura de uma estação de comboios recentemente renovada.
O nacionalista Vucic, que este ano já se reuniu duas vezes com o Presidente russo, Vladimir Putin, costuma classificar os manifestantes como terroristas que, sob orientação de "centros de poder ocidentais", querem derrubar o Governo legítimo, embora nunca tenha apresentado provas dessas acusações.
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