Polícia detém 42 em manifestação por eleições antecipadas em Novi Sad
- 06/09/2025
A manifestação, que reuniu milhares de pessoas contra o presidente nacionalista Aleksandar Vucic, integra uma série de protestos organizados em todo o país desde o colapso mortal da cobertura de betão da estação ferroviária de Novi Sad, que causou 16 mortos em novembro passado.
Liderados por estudantes, os manifestantes denunciam irregularidades relacionadas com a corrupção e exigem uma investigação transparente.
Desde maio que exigem também eleições antecipadas, o que Vucic, no poder desde 2014 e reeleito em 2022 para um mandato de cinco anos, recusa, apontando a existência de uma alegada conspiração estrangeira para o derrubar.
Na sexta-feira à noite, treze polícias ficaram feridos num "ataque massivo e brutal" por parte dos manifestantes e 42 pessoas foram detidas, acrescentou o ministro do Interior, Ivica Dacic, na televisão pública RTS.
Os manifestantes atacaram a polícia em frente à faculdade de filosofia com pedras, foguetes e barras, acrescentou, considerando a violência "chocante e aparentemente planeada", usada como "combustível político para aumentar as tensões".
Os protestos, que durante muito tempo foram pacíficos, tornaram-se violentos nas últimas semanas devido à repressão pela polícia e pelos apoiantes do governo, alegam os manifestantes.
Durante o protesto de sexta-feira em Novi Sad, os manifestantes lançaram projéteis contra a polícia, que respondeu com o lançamento de granadas de gás lacrimogéneo e de efeito ensurdecedor para os dispersar, segundo um jornalista da agência France-Presse (AFP).
Na sexta-feira à noite, o presidente Vucic criticou os manifestantes por tentarem «ocupar as instalações da Universidade de Novi Sad», acusando-os de «ameaçar a estabilidade e a segurança da Sérvia».
Manifestações pró-governo estão previstas para domingo no país.
Na sequência dos protestos populares dos últimos meses, o Governo foi reformulado, o primeiro-ministro substituído e vários ex-ministros foram presos e indiciados.
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