"Rússia procura transformar a diplomacia numa farsa absoluta"
- 06/09/2025
Numa mensagem publicada nas redes sociais, Volodymyr Zelensky adiantou que, na noite passada, a Rússia voltou a atacar infraestruturas civis na Ucrânia, acrescentando que durante a primeira semana deste mês, os russos atacaram as regiões de Chernigov, Kharkov, Odessa, Kherson, Kyiv, Zaporijia, Dnipro, Kirovohrad, Khmelnytsky, Zhytomyr, Volhynia, Ivano-Frankivsk, Rivne e Lviv.
"As explosões tiveram repercussões em praticamente todas as regiões da Ucrânia", disse.
"A Rússia continua a prolongar esta guerra e procura transformar a diplomacia numa farsa absoluta. E isto deve ser enfrentado com uma resposta unida: perante os ataques e a destruição, perante o desprezo pelos esforços diplomáticos e pelo diálogo civilizado", defendeu Zelensky.
O Presidente ucraniano considerou ainda que o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, "tem toda a razão" ao afirmar que são necessárias restrições efetivas ao comércio de petróleo e gás russo para recolocar a diplomacia nos carris.
"Temos de reforçar a pressão das sanções, aumentar o fornecimento de armas à Ucrânia e garantir que invasões como esta, não se repitam no futuro", considerou.
"Uma paz duradoura exige garantias de segurança reais e funcionais", acrescentou, referindo-se às negociações que mantém com os seus parceiros ocidentais para um novo pacote de sanções e o subsequente apoio a um cessar-fogo para garantir o cumprimento.
Os dois oponentes concordaram, nos últimos dias, com a proposta do Presidente norte-americano de se encontrarem ao vivo, apesar das dificuldades em definirem um local para a reunião.
Zelensky rejeitou hoje a proposta do seu homólogo russo para um encontro presencial em Moscovo, afirmando que Putin "pode ir a Kyiv" se quiser realmente construir pontes e negociar o fim da guerra.
"Não posso ir a Moscovo enquanto o meu país está a ser atacado com mísseis todos os dias. Não posso ir à capital deste terrorista", disse Zelensky, em entrevista à estação de televisão norte-americana ABC News.
Segundo a proposta, o encontro deveria acontecer duas semanas depois das cimeiras no Alasca e em Washington, a 15 e 18 de agosto.
Ao fim de mais de três anos da invasão russa da Ucrânia, as propostas para um acordo de paz entre Moscovo e Kyiv têm fracassado, com Moscovo a exigir que a Ucrânia ceda territórios e renuncie ao apoio ocidental e à adesão à NATO, e Kyiv a considerar este objetivo como inaceitável.
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