Sérvia decreta prisão preventiva para 13 ligados a desastre de Novi Sad
- 16/09/2025
O acidente, que os opositores do presidente Aleksandar Vucic (direita nacionalista) atribuem à corrupção, desencadeou um dos maiores movimentos de protesto da história do país.
Os manifestantes exigem uma investigação justa, completa e transparente desde o primeiro dia.
Desde então, foram abertas três investigações e várias dezenas de pessoas foram detidas e interrogadas, incluindo dois ex-ministros.
Neste momento, estão em curso três investigações: uma pelo Ministério Público de Novi Sad, uma segunda pela Procuradoria Especializada em Crime Organizado e Corrupção, sediada em Belgrado, e uma terceira pela Procuradoria Europeia (EPPO).
Na primeira investigação, a Procuradoria-Geral de Novi Sad requereu hoje a "prisão preventiva para todos os arguidos" ao apresentar a acusação final, que visa 13 pessoas, incluindo o ex-ministro da Construção, Goran Vesic.
A segunda investigação, concentrada no aspeto financeiro da renovação da estação, começou em fevereiro de 2025.
No início de agosto, foram detidas 13 pessoas.
Todos os suspeitos foram colocados em prisão domiciliária em meados de agosto, confirmou o Ministério Público à Agência France Presse (AFP), acrescentando que a investigação ainda estava em curso.
Quanto à investigação europeia, que se justifica pela presença de fundos de Bruxelas nos montantes atribuídos à renovação da estação, foi aberta em março após suspeitas de desvio de fundos.
O Ministério Público Europeu (EPPO) disse à AFP no dia 04 de setembro que a investigação ainda estava em curso, acrescentando que não poderiam ser divulgados detalhes.
Mais de 20 pessoas foram interrogadas, incluindo dois ex-ministros.
Goran Vesic, que foi ministro da Construção na altura do acidente, e a assistente, Anita Dimoski, são alvos de ambas as investigações conduzidas pela justiça sérvia.
Tomislav Momirovic, ministro da Construção à data do início das obras, é citado na investigação de corrupção.
As fontes europeias, disseram que foram também interrogados vários especialistas e empreiteiros, incluindo dois engenheiros da filial sérvia da empresa francesa Egis, que supervisionou parte da obra.
Os suspeitos são acusados de "crimes graves contra a segurança pública" e todos podem podem ser condenados a 12 anos de prisão.
A investigação financeira centra-se na alegada corrupção que terá custado ao orçamento sérvio 98 milhões de euros e resultou num ganho ilegal de pelo menos 16 milhões de euros para o consórcio chinês CRIC-CCCC, construtor da ferrovia de alta velocidade ao longo de cuja rota se situa a estação de Novi Sad.
A investigação da EPPO tenta provar a possível apropriação indevida de fundos europeus.
A 18 de março, a Procuradora-Geral Laura Kovesi disse à emissora nacional sérvia que os fundos envolvidos eram empréstimos do Banco Europeu de Investimento para obras ferroviárias e na estação, sem especificar o montante.
O chefe de Estado, Aleksandar Vucic, classificou as detenções dos ex-ministros como escandalosas.
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