Ucraniano detido por sabotagem do Nord Stream vai ser extraditado
- 16/09/2025
Serhii K., que foi detido em Itália no final de agosto, ainda vai recorrer para o Supremo Tribunal italiano, segundo avançou o seu advogado, Nicola Canestrini, citado pela agência de notícias francesa AFP.
O suspeito da sabotagem, que está detido, desde 21 de agosto, na prisão de Rimini, rejeita a sua extradição voluntária para a Alemanha, negando os crimes de que a Justiça alemã o acusa.
O homem, de 49 anos, foi detido quando se encontrava de férias em Itália com a família, num hotel em San Clemente, depois de ser procurado por suspeita de ter sido um dos coordenadores de um grupo de pessoas que, em setembro de 2022, colocou explosivos nos gasodutos Nord Stream 1 e 2 no leito do Mar Báltico, perto da ilha sueca de Bornholm.
De acordo com fugas de informação publicadas nos últimos anos pela imprensa alemã, o Ministério Público de Berlim, responsável pela investigação, acredita que um grupo de cidadãos ucranianos com ligações ao exército ucraniano está por trás do ato de sabotagem, embora não se saiba até que ponto o Governo de Kiev tinha conhecimento da operação.
A explosão, em 26 de setembro de 2022, inutilizou um dos gasodutos e provocou graves danos no segundo.
O gás não passava por nenhum dos gasodutos no momento do ataque, já que o Nord Stream 2 nunca foi inaugurado, e, através do Nord Stream 1, a empresa estatal russa Gazprom tinha interrompido pouco antes o fornecimento de gás para a Alemanha.
Ainda assim, de acordo com um estudo da ONU no qual participaram dezenas de cientistas, a sabotagem resultou na maior libertação de metano provocada pelo Homem no planeta.
Segundo a investigação, a variação plausível da fuga registada no Nord Stream foi de 445.000 a 485.000 toneladas de metano - quantidade que representa mais do dobro do que se pensava anteriormente.
De acordo com os especialistas, a curto prazo, essa fuga de metano - muito prejudicial para o ambiente - contribuiu para o aquecimento global na medida equivalente à utilização de oito milhões de automóveis num ano.
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